segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Natal em Moçambique

Natal??

O que é o Natal?

É o frio que lhe é caracteristico, os bonecos de neve, as cores das ruas enfeitadas, a azafama dos consumidores compulsivos nas compras de Natal e de última hora. É o cheiro a rabanadas, a aletria. É a fava do bolo rei. São as mensagens, os emails e o nosso Feliz Natal sempre que vimos alguém. O estarmos com a família...

Natal em Moçambique...
Em Moçambique não sentimos o cheiro a Natal. Não existem a multiplicidade de cores, não existem os doces tipicos. É vivido como se fosse, quase, um dia como os outros.

Sim...as pessoas juntam-se em família...mas não com a mesma intensidade.
Não existem as batatas cozidas e o bacalhau...e o peru?? está aonde?
Em contrapartida...ficar parado não o lema de força dos moçambicanos. Uma noite inteira a comer e a dançar...


Mesa da Ceia de Natal





segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Viagem ao Malawi

No passado mês foi-nos dito (mim, Paulo e Sr. Madureira) que nos teríamos que deslocar a uma fronteira do Malawi para que os nossos vistos fossem renovados por forma a depois conseguirmos aquilo que andamos a tentar à muito tempo...a residência precária por um ano.
Não sabiamos é que a viagem ia ser uma verdadeira aventura...
4h da manha...hora de saída. Todos estavamos em frente à Condor onde o motorista que nos ia transportar nos esperava.
Arrancamos e para começarmos em grande, de cinco em cinco minutos tinhamos que parar porque o capô do carro abria...A nossa sorte foi que o Sr. Madureira é um verdadeiro artesão e deu a volta à questão com a ajuda daquelas fitas que muitos colocam ao pescoço com chaves.



Após este contratempo resolvido...conseguimos seguir em frente.
Quando saímos da estrada de Quilimane, reparamos que o motorista não estava assim tão certo do caminho...
Mas muito nice...”Parece que estamos a fazer um safari” – dizia o Sr. Madureira, “só faltam os animais” – continuava. Acho que se esqueceu das galinhas que encontravamos no meio da estrada (ah ok...não são selvagens)
Apesar de cansativo a paisagem é muito bonita.
Chegamos à fronteira de Moçambique...saímos sem qualquer problema. Tudo complicou quando tentamos entrar no Malawi e não nos deixaram.
É sabido por todo o Moçambique, os esquemas manhosos que pessoas com algum poder exercem junto das pessoas.
E esta fronteira não é excepção. Depois de uma longa discussão regressamos à fronteira moçambicana, explicamos o sucedido. Eles trataram de dar as indicações que nós iriamos dar uma pequena grande contribuição.
Pensamos nós...”Ufa...problema resolvido”. Nada!!! Tudo piora quando nessa mesma fronteira moçambicana nos é dito que estamos ilegais desde Agosto, que estamos sujeitos a uma multa bastante elevada, acrescido do facto de não podermos voltar a entrar no país.
Ora isto só vem demonstrar a comunicação que existem entre os serviços. Como o departamento de imigração de Nampula iria passar um visto inválido.
Cansados de explicações decidimos regressar a casa, mesmo ilegais e com um visto terminado.
2h da manha...chegada a casa...
Hoje sem termos que ir à fronteira do Malawi visitar os meus queridos amigos do refresco, conseguimos o visto de residência precária por um ano.
Por isso tiro o chapéu aos serviços Moçambicanos, em especial aos serviços de Nampula.




quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Indecisão


A mala está pronta...

Talvez amanhã, ao acordar, o meu coração me diga se devo partir ou ficar. Estou dividida. Tenho a mesma vontade de te ver como a de deixar ficar tudo assim, arrumadinho na memória...

De vez em quando surges no meu pensamento, na minha memória. Faço um return e visualizo a época em que o destino nos colocou no mesmo caminho. (Estivemos no mesmo caminho???)

Poderá alguem ficar nas nossas vidas, depois de tais comportamentos?
Habituei-te a ser submissa. E dizes: evoluiste muito…
Sei que as lembranças pregam partidas…
Fazer ou não fazer? Palavra indecisão…um estado, uma emoção que nos baralha, que nos confunde Normalmente não estamos indecisos. Sabemos quais são os pros e contras de uma e outra decisão, sabemos que na maioria dos casos a decisão está tomada inconscientemente. Mas porquê este medo inerente, eu pergunto-me.
O problema só existe quando ainda não escrevemos o enunciado. Eu acho que comecei a escrever o meu…
Fazer ou não fazer? Talvez amanha eu já saiba. Hoje os pensamentos, as emoções rodopiam dentro de mim. Gosto? Não gosto?

Será este gostar suficientemente forte para arriscar a transformação de memórias?Hoje atrevo-me a dizer “quase que sei”…amanha direi “sei”…

Talvez amanha...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Saudade...

Liberta-me da tua presença ausente. Fiquei cansada de estar à espera e nunca mais chegaste.

Liberta-me desta saudade, desta ansiedade, daquele dia que volte a ouvir a tua voz, desta tua vida que nunca foi nossa.

Deixa com que eu viva a minha vida, longe da pressão de ainda sentir a tua presença cheia de indiferença.

Apenas liberta o meu coração para que o deixes livre de ti...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nada como o tempo


Com o tempo, apercebemo-nos que para sermos felizes com uma outra pessoa, precisamos, em primeiro lugar, não precisar dela.
Perceber também que aquele alguém que amamos (ou achamos que amamos) e que não quer nada connosco, definitivamente não é o "alguém" da nossa vida.
É necessário aprender a gostar de nós, a cuidar de nós e, principalmente, a gostar de quem também gosta de nós.
O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até nós.No final das contas, iremos achar não quem estávamos à procura, mas quem estava procurando por nós!

domingo, 1 de novembro de 2009

O largar de uma coisa

Embarca nesta experiência…

Pega numa caneta. Agarra-a firmemente na mão. A caneta representa os teus pensamentos e sentimentos, e a tua mão é a tua consciencialização.
Repara como no ínicio a força que fazes para agarrar firmemente a caneta é meia desconfortável mas que no fim de algum tempo a sensação torna-se mais familiar, mais “normal”. Do mesmo modo que a tua consciencialização agarra firmemente os teus pensamentos e sentimentos e, eventualmente, acabas por te habituar a esse agarrar e nem sequer te apercebes do que estás a fazer.
Agora abre a mão e faz rodar a caneta na tua mão. Repara que a caneta e a tua mão não estão presos um ao outro. O mesmo se aplica aos teus sentimentos. Eles não estão mais agarrados a ti do que a canete à tua mão.

Tu não és os teus pensamentos nem os teus sentimentos.
Agora vira a mão para baixo e solta a caneta.
O que é que aconteceu? A caneta caiu ao chão.
Não foi dificil, pois não. Simplesmente a deixaste de agarrar.

Isso é o que significa “deixar ir”.

domingo, 12 de julho de 2009

O meu Xiquinho


O macaquinho aqui do hotel...
Nuno...é mentira...ele não usa uniforme, não vai à escola e não sabe matemática.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Montes de Nairuco

Os Montes de Nairuco distam cerca de 10Km do hotel Bamboo (hotel em que estou hospedada). Como as fotografias evidenciam, são caracterizados pela sua beleza natural. Lá podemos encontrar um restaurante com comida tradicional moçambicana e portuguesa, uma vez que os seus donos são um senhor moçambiquano e uma senhora madeirense.
Para alem disso, o turista pode ainda disfrutar de um parque de campismo com uma vista esplendida para o rio.
Tive a oportunidade de passar lá um sábado...obrigada ao casal Ferreira :)







quinta-feira, 18 de junho de 2009

Arriscar é viver

Arriscar é viver
Soren Kiekegaard

"Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor
o seu eu verdadeiro.
Expor suas idéias e sonhos em público
é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer.
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas... é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir,
crescer, mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas,
abrem mão da sua liberdade.
Só a pessoa que arrisca é livre...
Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida..."


Porque me caracteriza, partilho convosco....

Nipaka Omaloo - (Até Amanha) - em macua


segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um pouco de Nampula, um pouco do povo africano

Deixo-vos algumas fotos dos arredores da cidade de Nampula...a parte mais pobre.
Gostava de deixar ficar aqui a minha percepção/opinião que Nampula e o povo desta cidade me transmitiu de África.
Há uma forte tendência para o português utilizar correntemente a expressão "coitados daqueles pobrezinhos". África trouxe-me grandes surpresas. Não foram precisos muitos dias para chegar à conclusão que mais de metade da pobreza por eles vivida é fruto de uma vontade própria. O amontoado de lixo que se vê nas estradas, os miúdos descalços a guardar carros de madrugada, a taxa de absentismo no dia após o pagamento de salário.
Partilho ainda uma história que se passou na feira do pau preto que todos os domingos acontece na cidade de Nampula. Quem me conhece sabe que uma das bancas que me chamaria mais à atenção seria a das bolsas. Por isso parei numa delas. Pois é meus amigos, era tudo artigo não da china mas das calamidades. Aqueles que eu e certamente vocês depositam em contentores pensando piamente que esse artigo vai parar aos mais pobrezinhos, quando na verdade ele é vendido.





O dia-a-dia de muitos cidadãos de Nampula à face da estrada


Um dos poucos semáforos, colocados aquando a presença do Presidente da Républica



Os famosos chapas que ainda hei-de experimentar

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A minha estadia temporária - Hotel Bamboo


A minha palhota


A vista da minha palhota




A piscina


O restaurante

domingo, 17 de maio de 2009

Chegada a Nampula


Hoje foi o primeiro dia na cidade de Nampula, cidade que me vai acolher não sei por quanto tempo.

Não sei se este deveria ser ou não o primeiro impacto, mas quando entrei nas estradas de terra batida, vi as pessoas andarem descalças com os bebes nas costas, pensei....estou em África, isto é África.
Em África há muito para ver, muito para aprender. Corrupção dos próprios policias que tive oportunidade de ver no aeroporto de Maputo, os bagageiros à procura de quem tem "taco" (dinheiro). Dizem que os comportamentos chave para vivermos aqui é conhecermos as pessoas certas, não darmos confiança e RESPEITO acima de tudo. Ainda não matei o bichinho (atenção que aqui "matar o bicho" é também uma expressão que se utiliza para tomar o pequeno almoço, tal como em algumas zonas de Portugal) da solidariedade...concerteza terei oportunidade para isso.
Quero agradecer ao facto de o livro Ser Feliz porque sim me ter vindo parar às mãos. Iniciei a leitura nesta viagem e sem dúvida que foi e tem sido um bom suporte para nostalgias e emoções. Obrigada a vós que sabeis quem sóis.

Vou tentar afzer um vídeo da estrada de terra batida, quando fizer uma das viagens do hotel para o aeroporto. Assim darei a conhecer uma das partes de Nampula ou de África.


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Descobrir Moçambique


Não podia imaginar as coisas que me aconteceriam, o início foi incerto, confuso e incomum, onde todos os estranhos fariam parte da minha vida, onde todos os cantos teriam histórias escondidas. Passei os melhores anos de minha vida, fiz amigos, muitos dos quais, me acompanharão para sempre. Por isso tenho que comemorar!

Esse é um momento especial! É hora de olhar para trás e ver por tudo o que já passei. Sem dúvida, muitas tristezas e conflitos mas, felizmente, por inúmeros bons momentos, de alegria, de vitórias e de cumplicidade.

Devo esquecer aqueles que me impuseram obstáculos infundados e agradecer àqueles que me impulsionaram adiante. É hora, mais do que nunca, de valorizar as amizades e os conhecimentos adquiridos aqui.


Por muito tempo que nós pensemos na nossa vida, pensamos ter sempre uma
vida melhor.

Mas há sempre algo ou um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começarmos a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga, um problema familiar ou com amigo, uma tristeza.




Aí sim, a vida de verdade começaria.


Por fim, chegamos à conclusão de que esses obstáculos são a nossa própria vida – a vida de verdade.

Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.

A felicidade é o caminho, não é um destino! Assim, temos que aproveitar todos os momentos que temos.